Entre bombas e flores, derramo aqui hoje, meus amores contraditórios por serem simplesmente meros desejos ilusórios do meu dia-a-dia. Por trás de todo sarcasmo natural que carrego, me atrelo aos meus pensamentos e me entrego aos meus desejos. Sucumbir não é pecado, é apenas mero ato de quem procura existir. Quem nunca perdeu o traço ao ser hipnotizado por um jogo de quadris? O prazer quer sempre bis. Mas se ela não quis, faz parte, a gente tenta outra hora, mais tarde, quem sabe. O mesmo fogo que arde, é aquele que queima meus sentidos, fazendo de mim, um mero menino aos pés do sexo feminino. Mesmo intimidado, disparo meu olhar relapso de encontro os profundos olhos fingidamente tímidos, e se me considerar digno, puxo conversa e pergunto: Qual seu signo? Se é de Leão ou se é de Aquário, não me importo se estou caindo no conto do vigário, me basta apenas desfrutar meros instantes daquele amor imaginário. Meu guru me mataria, e diria: “Você insiste no oposto!” Mas que culpa tenho eu, se sempre após um beijo, supero o desgosto?
Me perco no rebolar da sua mente, mostrando não só os dentes, mas também todo seu inconsciente. Amor à primeira vista é o que há, pois na segunda pode ser que tudo acabe numa quinta, acabando em um longo e tedioso domingo. Antes explodir do que morrer amínguo. O momento é o disparate do coração, sem criar qualquer projeção, mergulho nos encantos até da Lua, vagando pelas ruas, procuro minha próxima paixão. Exatidão? Desconheço, pois não sei o preço da certeza. Prefiro endividar-me de suaves prestações de tristeza, ao ter que economizar para pagar à vista a felicidade. Se é namoro ou amizade, não me importa. Simplesmente quero estar parado em alguma porta, esperando o convite para entrar. Pode deixar, até preparo seu jantar.
Se no dia seguinte é só um adeus, me despeço e pego meu bonde, rumo ao horizonte ou a próxima cama que passarei a noite. É tudo questão de interesse e oportunidade, paixão é a vaidade unindo o útil ao agradável, o amar e o deixar ser amado. Sem pudor ou pecado, devemos nos entregar a quem desperta nosso instinto mais safado. E num abraço, encontrar o verdadeiro par do seu cadarço. Se amar é complicado, complique-se e simplifique a forma do seu traço, compre flores ao invés de mais um maço.
Não nego nenhum dos meus defeitos, assim como não deixo nenhum desejo preso. Não chegarei em um cavalo branco ou limousine para te levar ao baile de formatura do filme da sessão da tarde. Mas te prometo que jamais serei um covarde. Entre melosos versos, faço destes, totalmente o inverso e o oculto que se escondem nos meu caóticos textos sangrentos. E revelo que meu maior tormento não está num conceito filosófico, e sim, no mais simplório sentimento: amor. Se serão ruivas, morenas, loiras, belas, recatadas, do lar ou da rua, direitas ou esquerdas, não me importa, pois quando tenho sede, banho-me na água das rosas.
Yuri Cidade
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