Ocus pocus! Perdi o foco, embaçou-se os óculos, com o estalar de uma caneta. Espreita, enfeita, te surpreende. No fim se rende, e hipnoticamente até eu mesmo viro escravo. Durma. Suma. Sinta-se leve como uma pluma, mas quando eu estalar os dedos, atravesse o espelho, e nunca mais fique de joelhos. Da minha cartola escorre sangue e não coelhos. Magicamente eu disperso e, em quatro ou cinco versos, te vejo no inverso, e contando até três, te desperto. Correto? Nem de perto. Sou o ilusionista perfeito, pois nem apareço, pra não ter que sumir. Me eximir, essa é a meta. Nem linhas ou réguas, apenas o traço totalmente torto que desemboca da minha mente inquieta. Profeta? só do que é previsível, pois o impossível é meramente um conceito invisível. Minha varinha é a caneta, no entoar de “O mistério do planeta”. Presente e passado dançando em um compasso, perfeitamente adequado ao próximo ato. Derramem-me na piscina de ratos. Isolo os fatos e desconsolo o desassossego do obvio. Matéria imóvel, paredes rabiscadas, façam dessas simples páginas, retrato do poeta que vos fala. Abracadabra.
Yuri Cidade
Comments