Engraçado o tempo é. Desenhando meu destino, Driblo o desatino Que rodeia minha fé.
Até da sombra há desconfiança. Persegue-me até no escuro. Nem o conhecimento puro Me permite ter esperança.
Do mundo eu não sei o que vi. Estranha ilusão de nunca ter estado. Vivo para deixar um legado Das coisas que não vivi.
Viemos do nada. De tudo que já foi meio. Entre delírios e devaneios, Incrédulos observamos estrada.
Olhares famintos entopem a cidade. Pelos canos escorre o sangue, Do sertão ao mangue, Da morte sem limite de idade.
As perguntas que criaram a loucura, São as respostas para a lucidez. Pena é que se vende somente estupidez, Ao invés da proclamação da cultura.
Enquanto a arte não for aprendida, A historia não for contada, A humanidade ensinada, Nenhuma mente será entendida.
Poucos ainda são aqueles que relutam contra o império, Recusando-se a se entregarem ao sistema. Porém, cumprem a pena De jamais serem levados a sério.
Yuri Cidade
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