top of page
Foto do escritorYuri Cidade

O preço da vaidade

Recolhido a mim, brindo as pequenas doses de lucidez que embriagam minha distinção. Certo ou errado? Questão de ponto de vista ou do que realmente satisfaz minhas necessidades. Tanto físicas quanto quânticas, crio meu universo particular recheado de partículas essenciais para aceitar minha total insignificância aos olhos do mundo real. Não invento um discurso apoteótico para fim de lavar esse seu lindo cérebro que se perde ao olhar nos meus olhos. Te devorarei mentalmente, da maneira mais natural, com todos os desejos mais ocultos dentro de mim, que se revelam apenas no meu sorriso de canto de boca. Assumo que peco, mas não esperem que eu suba de joelhos os degraus da sua “pseudo-escada” para o paraíso. Me reinvento, me faço de bom, me faço de ruim. Sou sempre quente ou frio. Se eu fosse morno, só te faria vomitar.  Lei da vida. Sobrevivo ainda contra o controle. Até quando? Não sei, ainda não acharam meu preço. Nunca tive berço, muito menos padrinho que sustentasse os meus sonhos de grandeza. O poder te corrompe desde pequeno, já nasce sabendo que é acima dos meros mortais que habitam a viela que serve de prostíbulo pro teu pai. A alegria do magnata não é somente gastar, é também poder pisar em quem tem menos. Feudalismo escondido no tal do capitalismo. Não digo que socialismo seria a solução, apenas reflitam sobre esta questão sob “meras coincidências” entre passado e presente. A execução em praça pública, para fim de controle por medo, foi simplesmente substituída pelo sensacionalismo televisionado que passa em todas as TVs “abertas”. O alvo é sempre o plebeu. De baixo nascimento. Ataca sempre os efeitos e não a causa. Os aristocratas, construtores e alta sociedade brasileira, não cometem crimes. São apenas acidentes de percurso que podem ser revertidos em moeda nacional corrente. E lhes pergunto ainda, e a igreja? Perdeu seu espaço? Não, óbvio que não. Deus está em todos os lugares. Principalmente na nota de 100 que o pastor acabou de colocar na calcinha de uma “fiel” prostituta. Ela ao menos está trabalhando e ganhando seu próprio dinheiro. Agora ele, está apenas superfaturando a compra dos milhares  de terrenos no céu que vendeu no último culto. Temos agora até a santa inquisição da igreja universal do reino de Deus, que trata as mulheres como seres inferiores, agride, tortura e apedreja alegando “bruxaria” do praticante, ou simplesmente ser pensante, que adere a outro culto, e matam vossos sonhos todos em nomes de Deus. Só que em vez de cruzados, eles usam o real. Estamos voltando não para a ditadura, e sim para os primórdios da formação das sociedades corruptas que nos deram origem. Não é o poder de fogo ou as conquistas em campos de batalha que nos fizeram cruéis. Foi sempre o mesmo poder que até hoje assola, e esfola, nosso mundo: O poder do dinheiro e da ganância. Se for olhar bem, só veremos que isso tudo se reflete na vaidade humana de satisfazer sempre a si mesmo sem olhar as consequências. Egoísmo. Preço baixo pela vida de outrem. Manda quem tem, obedece quem se rende.

Yuri Cidade

3 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comentarios


Post: Blog2_Post
bottom of page